Curso de Arrais Amador – Sinalização Náutica
Curso de Arrais Amador
Abordamos aqui, no Curso de Arrais Amador – Sinalização Náutica, os conceitos básicos para a prova de Arrais.
Capítulo 3
Curso de Arrais Amador – Sinalização Náutica
APRESENTAÇÃO
O Brasil, como país membro da Associação Internacional de Autoridades em Auxílios à Navegação e Faróis (AISM/IALA) adotou, para as Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB), por meio do Decreto 92.267/86 o Sistema de Balizamento Marítimo –Região “B” recomendado por aquele organismo.
Esse sistema de balizamento marítimo obedece à “Direção Convencional do Balizamento”, como foi definida no Item 0205 e os sinais náuticos utilizados obedecem às regras gerais de identificação definidas no Item 0206.
São cinco (5) as categorias básicas de sinais náuticos que compõem o referido sistema:
a) Sinais Laterais;
b) Sinais Cardinais;
c) Sinais de Perigo Isolado;
d) Sinais de Águas Seguras; e
e) Sinais Especiais. (Extraído da NORMAM-17/DHN).
Apresentamos aqui, de forma resumida e ilustrada, algumas informações importantes que devem ser observadas pelos navegantes, especialmente aqueles que desejam habilitar-se na categoria de ARRAIS AMADOR.
BALIZAMENTO
É o conjunto de regras aplicadas aos sinais fixos e flutuantes, visando indicar as margens dos canais, as entradas dos portos, de rios, ou de qualquer via navegável, além de delimitar as áreas perigosas ou perigos isolados. Entretanto, não se aplica a faróis, barcas faróis, sinais de alinhameno e bóias gigantes.
BALIZA
É o sinal visual cego com haste de cor, forma e marca de tope, em função da indicação que deva transmitir ao navegante.
BÓIA
Equipamento flutuante, que pode ou não conter luz, fundeada por ferros e amarras em locais previamente determinados, a fim de indicar o caminho a ser seguido.
IDENTIFICAÇÃO DOS SINAIS
DURANTE O DIA
Durante o DIA, os sinais são identificados pela MARCA DE TOPE, FORMA E COR.
DURANTE A NOITE
À noite, os sinais são identificados pelo rítimo de apresentação e cores das luzes.
SINAIS VISUAIS LUMINOSOS
BÓIA LUMINOSA
É todo dispositivo flutuante exibindo luz com alcance inferior a 2 milhas.
FAROLETE
É toda armação ou coluna instalada em portos, baias, canais, etc… exibindo luz com alcance inferior a 10 milhas.
FAROL
Construção onde está instalado equipamento que exibe forte luz de alcance maior que 10 milhas.
RACON
Sinal náutico emitido em forma de código morse para a tela do radar.
Observações Importantes:
– As alterações ocorridas nas caracteríticas de determinado farol são comunicadas aos navegantes através dos AVISOS AOS NAVEGANTES
– O setor de visibilidade de um farol é o ÂNGULO DE PROJEÇÃO DA LUZ.
– Lampejo (LP): Ocorre quando, no decurso de um período, a duração da luz é MENOR do que a obscuridade.
– Ocultação (OC): Ocorre quando, no decurso de um período, a duração da luz é MAIOR do que a obscuridade.
Sistema de Balizamento Marítimo A e B da IALA
– IALA significa Associação Internacional de Sinalização Náutica.
– No Brasil, o órgão responsável pela implementação e alteração do balizamento é a DIRETORIA DE HIDRGRAFIA E NAVEGAÇÃO (DHN) (a DHN é um órgão da Marinha do Brasil).
– À DHN compete a responsabilidade de estabelecer normas para funcionamento de Sinais Náuticos em águas sob jurisdição nacional.
– A numeração do balizamento de canal segue a ordem crescente, a partir da entrada do canal.
A região de Balizamento que engloba o Brasil é chamada REGIÃO “B”.
A diferença no balizamento das regiões “A” e “B” está nos sinais Laterais.
SINAIS LATERAIS
São aqueles empregados para definir as margens de um canal ou uma via navegável recomendada, segundo a direção convencional do balizamento.
Entrada de Porto -Procedimento ao avistar os sinais laterais de BB e de BE
ENTRADA DE PORTO DURANTE O DIA.
Quem vem do mar, entra num canal deixando o sinal encarnado por BE e o verde por BB.
ENTRADA DE PORTO DURANTE A NOITE.
Quem vem do mar, entra num canal deixando a LUZ encarnada por BE e a LUZ verde por BB.
Dicas Importantes
– Ao avistar uma baliza por Boreste mostrando um triângulo encarnado significa que se está SUBINDO O RIO.
– As bóias que devem ser utilizadas para demarcar um canal de acesso a um determinado porto devem ser as PINTADAS DE VERDE E AS PINTADAS DE ENCARNADO, em conjunto.
– Quando ao lado das características de um farol a sigla SG, significa que o farol é SEM GUARNIÇÃO.
– No Brasil, a direção convencional do balizamento é sempre VINDO DO MAR. No caso da navegação Fluvial é SUBINDO O RIO.
– Além dos sinais que indicam aos navegantes as ações a empreender para manter-se no canal, as regras para o Balizamento Fluvial prevêm, ainda, SÍMBOLOS para a indicação de PERIGO ISOLADO e BIFURCAÇÃO DE CANAL.
– No Balizamento Fluvial e Lacustre, caso uma travessia mais difícil ou um trecho do rio realmente crítico à navegação exijam sinais luminosos, os sinais da margem esquerda exibirão LUZ ENCARNADA.
– A numeração de canais é uma só para todo o balizamento, quer se trate de bóias cegas (sem luz), bóias de luz ou faroletes. O balizamento ENCARNADO e o VERDE receberão, respectivamente, números ÍMPARES e PARES.
O Sinal lateral de CANAL PREFERENCIAL A BOMBORDO, indica ao navegante que o canal preferencial, em uma bifurcação, está a bombordo.
O Sinal lateral de CANAL PREFERENCIAL A BORESTE, indica ao navegante que o canal preferencial, em uma bifurcação, está a boreste.
SINAL DE PERIGO ISOLADO
Cego ou luminoso, é estabelecido nas proximidades ou sobre um perigo considerado isolado, que tenha águas navegáveis em toda a sua volta.
– NOVOS PERIGOS: São perigos ainda não registrados na Carta Náutica.
– Utiliza-se BALIZAMENTO DOBRADO (duplicado), com dois sinais iguais, para um perigo isolado ainda não registrado na Carta Náutica.
SINAL DE ÁGUAS SEGURAS
Cego ou luminoso, é empregado para indicar a existência de águas navegáveis em todo o seu entorno, o meio de um canal, um ponto de aterragem ou um ponto de espera.
SINAL CARDINAL
É aquele empregado para indicar ao navegante o quadrante da rosa-dos-ventos que possui águas seguras –norte (N), leste (E), sul (S) ou oeste (W) –, limitado respectivamente pelasmarcações verdadeiras NW e NE, NE e SE, SE e SW, e SW e NW, tomadas a partir da posição do sinal.
Curso de Arrais Amador
SINAIS ESPECIAIS
Exemplos de Balizamento (Normam-17/DHN)
Curso de Arrais Amador
SINALIZAÇÃO DE PONTES
Curso de Arrais Amador
Direções convencionais em um rio
– Direção convencional do balizamento marítimo: Sentido de JUSANTE para MONTANTE (subindo o rio)
– Na sinalização Fluvial, entende-se por margem esquerda a margem do LADO ESQUERDO de quem DESCE O RIO (navegando de MONTANTE para JUSANTE).
Curso de Arrais Amador – Sinalização Náutica
Compilado por:
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Fonte de consulta: NORMAM-17/DPC.
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Reginaldo Mauro Neves é fundador e administrador do Clube do Arrais. Mestre-Amador, Veterano da Marinha do Brasil | Ex-tripulante da Fragata "Liberal" (1991-1993) | Operador de Radar na Fragata "Independência" (1995-1997) | Controlador Aéreo Tático Classe "Alfa" na Fragata "Dodsworth" (2000 - 2003) | Controlador Aéreo Tático Classe "Alfa" na Fragata "Greenhalgh" (2003 - 2005) | Encarregado da Seção de Segurança do Tráfego Aquaviário na Agência Fluvial de Imperatriz-MA (2008 - 2011)
muito obrigado pela oportunidade.
Parabéns pela utilidade pública, bons ventos!
Comecei a estudar hoje. Muito bom mesmo. Simples e direto. Parabéns!!!!