Quatro séculos e um ano depois que o Mayflower original partiu de Plymouth, Inglaterra, em uma viagem marítima histórica para a América, a IBM coloca no mar o robô de mesmo nome, que percorrerá a rota histórica dos pioneiros que buscavam alcançar o novo mundo. Mas desta vez é sem tripulação nem passageiros que o barco autônomo Mayflower inicia viagem pelo Atlântico.
O atual Mayflower é uma nave robótica moderna e elegante que está sendo pilotada por sofisticada tecnologia de inteligência artificial para uma travessia transatlântica que pode levar até três semanas, em um projeto que visa revolucionar a pesquisa marinha.
A IBM, que construiu o navio com a organização sem fins lucrativos de pesquisa marinha ProMare, confirmou que o Navio Autônomo Mayflower começou sua viagem na terça-feira (15/06).
Traçando o caminho de seu homônimo de 1620, o Mayflower deve parar em Provincetown, em Cape Cod, antes de seguir para Plymouth, Massachusetts (EUA). Se a missão for bem-sucedida, este seria o maior navio autônomo a cruzar o Atlântico.
A viagem do novo Mayflower foi originalmente programada para o ano passado, como parte das comemorações do 400º aniversário da viagem do navio original que transportava os colonos peregrinos para a Nova Inglaterra. Essas comemorações foram definidas para envolver os britânicos, americanos, holandeses – e o povo Wampanoag em cujo território os colonos desembarcaram e que foram marginalizados em aniversários anteriores.
Comparativo entre o Mayflower original e o de 2021. Imagem ©: Oliver Dickinson / Promare-IBM
O projeto Mayflower visa inaugurar uma nova era para navios de pesquisa automatizados. Seus projetistas esperam que seja o primeiro de uma nova geração de embarcações de alta tecnologia que podem explorar regiões oceânicas muito difíceis ou perigosas para serem visitadas.
O trimarã de 15 metros, impulsionado por um motor elétrico híbrido movido a energia solar, possui câmeras movidas a inteligência artificial e dezenas de sensores a bordo que coletarão dados sobre a acidificação dos oceanos, microplásticos e conservação de mamíferos marinhos.
Seu lançamento foi adiado pela pandemia de coronavírus e, mais recentemente, pelo mau tempo durante o mês de maio, disse o porta-voz da IBM, Jonathan Batty.
Características do Mayflower:
Nome: Navio Autônomo Mayflower
Proprietários: ProMare, IBM e um consórcio global de parceiros
Missão: trabalhar em conjunto com cientistas humanos para coletar dados oceanográficos vitais
Humanos a bordo: 0
Nível de autonomia: 5 (pode operar de forma independente, sem intervenção humana)
Sensores a bordo: 30+
Câmeras AI a bordo: 6
Comprimento total: 15 m
Boca: 6,2 m
Velocidade máxima: 10 nós
Deslocamento: 5 ton
Propulsão: Motor elétrico híbrido movido a energia solar
Equipamentos de navegação: Precisão GNSS (Sistema Global de Navegação por Satélite), IMU (Unidades de Medição Inercial), radar, estação meteorológica, SATCOM, AIS
Vídeo: Barco autônomo Mayflower inicia viagem pelo Atlântico
Acompanhe ao VIVO a viagem do Mayflower AQUI.
Reginaldo Mauro Neves é fundador e administrador do Clube do Arrais. Mestre-Amador, Veterano da Marinha do Brasil | Ex-tripulante da Fragata "Liberal" (1991-1993) | Operador de Radar na Fragata "Independência" (1995-1997) | Controlador Aéreo Tático Classe "Alfa" na Fragata "Dodsworth" (2000 - 2003) | Controlador Aéreo Tático Classe "Alfa" na Fragata "Greenhalgh" (2003 - 2005) | Encarregado da Seção de Segurança do Tráfego Aquaviário na Agência Fluvial de Imperatriz-MA (2008 - 2011)
