Setor Marítimo Nacional, trabalhando por um Brasil que não pode parar
“Você não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar onde quer.”
MB | DPC. A frase dita por Confúcio há cerca de 2.500 anos nunca foi tão atual. Passados cerca de dois meses desde o início dos decretos de emergência sanitária pela Covid-19, temos observado o comportamento nacional dia a dia se modificando. Esforços para manter o País no rumo do crescimento vêm sendo implementados nas ações diárias dos setores classificados como essenciais, os quais têm, diuturnamente, se adequado para viabilizar a manutenção de suas rotinas.
Dentre esses setores, os segmentos relacionados à nossa Amazônia Azul: transporte marítimo, atividades portuárias, praticagem, exploração de óleo e gás, apoio marítimo, pesca, atividades de fiscalização marítima e sanitária, dentre outras, não podem parar, exigindo desses profissionais um esforço ainda maior.
Em rápida análise, o Almirante Francisco Antônio de Magalhães Laranjeira, Presidente da Companhia Docas do Rio de Janeiro, declarou que: “A crise da Covid-19 trouxe à comunidade marítima um grande desafio, pois esta, como atividade essencial, em nenhuma hipótese pode parar, já que pelos portos movimenta-se toda a economia do País. Um colapso nesse segmento significa parar o Brasil.”
Essa realidade possui como constatação a contribuição para geração de riquezas associada ao Mar. Atualmente, a Economia Azul gera para o Produto Interno Bruto (PIB) o montante de R$ 1,1 trilhão, correspondendo a cerca de 19% do PIB.
Para garantir que as atividades da área marítima e fluvial fossem mantidas, a Autoridade Marítima reforçou seu papel de protagonismo e buscou antecipar-se aos desafios que surgiriam. Não restavam dúvidas de que a tarefa seria árdua, entretanto a forte parceria estabelecida há anos com os diversos ramos da comunidade marítima vem permitindo que as atividades do ramo se mantivessem apesar de todas as dificuldades impostas pela pandemia.
Segundo o presidente do Conselho Nacional da Praticagem, Sr. Ricardo Falcão: “Desde a Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário de 1997 houve uma decisão da Autoridade Marítima de se oferecer um serviço de praticagem que fosse de primeiríssima linha. Essa decisão lá atrás (…) é o que nos permite hoje estarmos prontos para enfrentarmos qualquer situação”.
Registrando um aumento de transporte de cargas de cerca de 7% no 1º trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2019, a cabotagem brasileira mantém seu foco no transporte marítimo de todo o tipo de cargas e assim impulsiona a roda da economia. O Sr. Luís Fernando Resano, Diretor Executivo da Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem, destaca que: “A atividade de transporte de carga tem que se manter regular, pois é fundamental no abastecimento da população brasileira.”
Outro importante braço dessa complexa engrenagem, o Tribunal Marítimo buscou adaptar suas sessões plenárias levando-as para o ambiente virtual. A iniciativa tem o objetivo de dar continuidade aos julgamentos enquanto perdurar o estado de emergência causado pelo Covid-19.
O cenário internacional que se desenhou vem requerendo da sociedade como um todo um grande esforço para a manutenção do desenvolvimento do País. Os representantes e agentes da Autoridade Marítima, esses presentes em nossos Distritos Navais e nas suas Capitanias, Delegacias e Agências subordinadas, distribuídas por todo o litoral e território nacional, têm apoiado constantemente a capacidade de resiliência do setor, zelosos de suas atribuições legais de segurança da navegação, salvaguarda da vida humana no mar e em águas interiores e a prevenção da poluição hídrica causada por embarcações. Além disso, as atividades referentes ao Ensino Profissional Marítimo permitem a continuidade da formação de cidadãos que se transformam em homens e mulheres voltados para as atividades marítimas e cônscios de seus deveres e responsabilidades com o Brasil. Agora, mais do que nunca, a vocação marítima e fluvial de nosso País deverá ser explorada e a Autoridade Marítima ciosa de seu papel não medirá esforços para que isso se confirme. Nascemos pelo mar e continuaremos a nos desenvolver por ele e por nossas hidrovias.
A Amazônia Azul é fonte de riquezas e sua importância nesse momento da pandemia da Covid-19 fica ainda mais evidente na sustentação e geração de benefícios para a Sociedade brasileira.
Fonte: Marinha do Brasil / DPC
Reginaldo Mauro Neves é fundador e administrador do Clube do Arrais. Mestre-Amador, Veterano da Marinha do Brasil | Ex-tripulante da Fragata "Liberal" (1991-1993) | Operador de Radar na Fragata "Independência" (1995-1997) | Controlador Aéreo Tático Classe "Alfa" na Fragata "Dodsworth" (2000 - 2003) | Controlador Aéreo Tático Classe "Alfa" na Fragata "Greenhalgh" (2003 - 2005) | Encarregado da Seção de Segurança do Tráfego Aquaviário na Agência Fluvial de Imperatriz-MA (2008 - 2011)